Audição Pública do PCP sobre saúde em Beja recolhe um conjunto alargado de preocupações

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A Direção Regional do Alentejo do PCP, no âmbito da campanha de defesa do Serviço Nacional de Saúde que tem a decorrer, culminou na passada semana audições públicas sobre questões de saúde em Beja, Évora e Portalegre, com o objetivo de auscultar entidades relacionadas com a Saúde, profissionais de saúde, instituições e cidadãos em geral sobre dificuldades existentes na prestação de cuidados de saúde.

 

 

 

 

A Direção Regional do Alentejo do PCP, no âmbito da campanha de defesa do Serviço Nacional de Saúde que tem a decorrer, culminou na passada semana audições públicas sobre questões de saúde em Beja, Évora e Portalegre, com o objetivo de auscultar entidades relacionadas com a Saúde, profissionais de saúde, instituições e cidadãos em geral sobre dificuldades existentes na prestação de cuidados de saúde.

 

Em Beja, numa audição bastante concorrida com a presença do deputado do PCP na Assembleia da República e que contou com a participação de profissionais de saúde, autarquias, bombeiros, ARS e utentes, as preocupações mais apontadas foram a necessidade de reforço das respostas em cuidados de saúde e a atração de profissionais.

 

Abordou-se a desigualdade existente entre profissionais e condições de trabalho das USF e dos centros de saúde.

 

Foram também manifestadas preocupações com a municipalização da saúde que mereceu recusa generalizadas dos presentes. Os bombeiros atravessam dificuldades relacionadas com a valorização da sua atividade e os mecanismos de apoio e financiamento. Muitas instalações e equipamentos de saúde necessitam de requalificação. O recurso a financiamento comunitário é a solução apontada, contudo, deixa as necessidades de intervenção dependentes desse calendário e foge a uma perspetiva de programação estrutural das intervenções que deve existir.

 

No âmbito da acessibilidade, resultam em limitações no acesso aos cuidados de saúde, a qualidade da rede viária, a inexistência de transporte públicos, o que acaba muitas vezes por empurrar custos para as autarquias, e também as taxas moderadoras.

 

Foi levantada a preocupação com o efeito que o hospital central a construir no Alentejo, público, possa ter no esvaziamento de serviços do hospital de Beja. Preocupação que torna evidente a necessidade de atenção a este processo de forma a garantir que o Alentejo tenha o seu hospital central, construído e gerido fora da lógica das Parcerias Público-Privadas e reforçando os hospitais distritais. Tudo isto é possível com opções políticas certas.

 

O PCP reafirmou o seu compromisso de intervenção para procura das melhores soluções para os serviços de saúde do distrito, lembrando que a atração e fixação de profissionais só se fará com medidas políticas concretas e com a valorização das carreiras e a possibilidade de crescimento profissional, a eliminação da precariedade na administração pública e a valorização da contratação coletiva. O adequado financiamento das unidades de saúde resolve-se por opções políticas, que passam inevitavelmente pelo enfrentamento de constrangimentos a que o país está sujeito, como as regras orçamentais da União Europeia, ou a elevada dimensão do serviço da dívida.

 

Relembrou o PCP que para ultrapassar as dificuldades é fundamental que os profissionais se unam em torno da defesa dos seus direitos, que as instituições do distrito se mobilizem na exigência de melhores cuidados de saúde e que os utentes se organizem para exigir o seu direito à saúde.

 

Beja, 28 de Fevereiro de 2017

 

A DORBE do PCP